quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Nossa Senhora de Fátima nos fala e vem em nosso auxílio

Paz e Bem!
“A viagem estava sendo planejada em um momento de muitas dificuldades e sofrimentos, a tomada de decisão demorou algumas semanas e as dúvidas eram constantes: inclusive se deveria ir à Roma ou Fátima?
Não existia a dúvida do que conhecer nestas duas cidades, mas existia a dúvida de qual seria a melhor decisão aliada aquele momento de minha vida.
Decisão tomada: procurei o padre para me dar o sacramento da “confissão”, e também recebi a bênção para seguir viagem.
Pedindo a intercessão de Nossa Senhora de Fátima, eu imaginava de que a “mensagem” que eu tanto esperava seria recebida no Santuário de Fátima e que, portanto, eu precisaria estar na cidade o quanto antes e com disponibilidade de tempo.
Chegando ao hotel em Lisboa, com tudo muito bem planejado, fui percebendo que o ser humano tem os seus propósitos e planos de vida, mas não significa que estes planos fazem parte do plano de Deus, ou mesmo que sejam semelhantes aos que Deus prepara para cada um de nós.
Em Lisboa, já no fim da noite de sábado, voltando ao Hotel, perguntei ao Gerente onde ficava a rodoviária para que no dia seguinte, pudesse seguir viagem direto para Fátima.
Neste momento ele me informou que havia uma excursão, conveniada ao hotel e muito segura que passaria por algumas cidades, mas que com certeza estaria em Fátima por volta do meio dia. Expliquei o propósito de minha viagem e a importância de estar lá cedo e com tempo disponível. Eu não deixaria escapar a oportunidade de um momento pessoal com Nossa Senhora de Fátima. Eu podia sentir que este momento estava próximo.
Na manhã seguinte, já esperando no lugar combinado, o ônibus chegou pontualmente e iniciamos a viagem. Para minha surpresa não havia brasileiros no grupo, e sim alemães, italianos, americanos, espanhóis e eu. Imaginem, encontramos brasileiros em todos os "cantos" do mundo e naquela viagem somente eu do Brasil.
A guia turística, uma portuguesa já com seus sessenta e poucos anos e muito culta, foi nos dando informações importantes e históricas de Portugal em quatro idiomas, e também mais precisamente de Lisboa e um pouco adiante da vegetação local até que chegamos à primeira cidade a ser visitada.
Óbidos, uma cidade simplesmente maravilhosa com um lindo castelo. “Ao contrário do que se possa pensar, o nome Óbidos não deriva da palavra óbitos, mas sim do termo latino oppidum, significando «cidadela», «cidade fortificada». Óbidos fez parte do dote de inúmeras rainhas de Portugal.” Eu até então me sentia muito feliz, tudo era muito diferente e bonito comparado aos lugares que já visitara.
(fonte: http://pt.wikipedia.org)
Seguindo para a próxima cidade, Nazareth, uma cidade litorânea que estava gélida no outono europeu, eu já estava bem preocupada pelo horário, que se aproximava do meio-dia e ainda com três cidades a serem visitadas. Foi aí que perguntei à nossa guia turística que horas estaríamos em Fátima, uma vez que precisava chegar cedo e em tempo de assistir a última missa que seria às 16 horas. Para minha frustração, ela respondeu que nossa previsão de saída de Nazareth seria às 13:30h e que seria melhor eu procurar outro meio de transporte em Nazareth,de ônibus comum ou taxi, caso contrário não chegaria a tempo de participar da missa.
Muito irritada com a situação fui à busca de alternativas. Quando cheguei à rodoviária, fui informada que não sairiam ônibus para Fátima naquele dia e que minha única e última opção seria um ponto de taxi próximo. Imaginem o que aconteceu! É claro que não cheguei a um acordo com o taxista, que se recusou a me levar para Fátima. Fiquei extremamente nervosa, pois as coisas não estavam saindo como eu havia planejado.
Eu ainda não compreendia de que as respostas que eu tanto buscava não viriam da forma como eu imaginava.
Voltando ao local onde o ônibus da excursão retornaria, fiquei esperando por mais de 1 hora e com um frio que me congelava por inteiro.
Assim que o ônibus retornou para seguir viagem para a próxima cidade,chamada Alcobaça, eu já estava mais desapontada e frustrada do que irritada, com tantas informações desencontradas e me sentindo literalmente "enganada". O que seria do propósito principal da minha viagem? Dos meus planos?
Porém, quando me sentei no banco e a guia começou a contar a história do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, eu tive uma experiência mística que jamais poderei esquecer: enquanto a guia contava aquela história em alemão, inglês, italiano e português, era como se qualquer idioma que ela falasse fosse o meu idioma nativo. Surpreendemente eu podia entender toda a história e cada vez com um nível de detalhes melhor . 
Eu estava realmente emocionada, e o meu testemunho é de que naquele momento que parecia tão insignificante e tão contrário a tudo que eu procurava, como eu podia entender a história em todos os idiomas como se fosse a minha língua, o português? A história relatada pela guia trouxe respostas aos meus questionamentos mais angustiantes. Nossa Senhora me colocou naquele lugar para conversar comigo através daquela senhora e entender que o ser humano erra por muitas vezes, mas quando existe o amor e a vontade de aprender, Deus nos perdoa e nos ama incondicionalmente.
É claro que me pergunto por vezes: porque é tão difícil amar e testemunhar o amor de Deus com ações concretas?
Até mesmo quando amamos o próximo de forma integral, natural e involuntária somos julgados, mal interpretados e questionados! Penso como foi difícil para Jesus testemunhar esta indiferença e falta de amor de seus filhos para com Ele.
Mais uma vez gostaria de fazer uma pausa na história e compartilhar o Evangelho de hoje, que nos mostra que não fomos sequer capazes de reconhecer este amor incondicional de Jesus por nós:
Naquele tempo, quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: “Se tu também compreendesse hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada.”
Evangelho (Lucas 19,41-44)
Quantas vezes choramos porque as coisas não são como esperamos, ou porque nos decepcionamos com um amigo, com alguém de nossa família e deixamos de perceber o quanto somos amados e queridos pelo Pai?
Quando deixamos Alcobaça e seguimos para Batalha, havia um taxi me esperando para me levar ao meu desejado destino final – Fátima.
Eu digo que estava me esperando, pois a viagem de taxi de Batalha para Fátima foi muito tranqüila, e foi nesta hora que compreendi que muitas vezes a vida se encarrega de deixar tudo pronto para nós, basta estarmos preparados para aceitar o que é o melhor, termos paciência, confiar e algumas vezes é necessário sair de nossa “zona de conforto”.
Finalmente eu pude assistir a missa às 16 horas com uma emoção que jamais havia sentido, agradecendo a Nossa Senhora a experiência vivida e com a certeza do amor de Deus por mim e por todos nós."

Um comentário:

  1. Ni, me emociono toda vez que retomo esta sua experiência mística...revejo vc contando com toda a emoção daquele momento!
    E frequentemente utilizo este aprendizado no dia a dia ou como testemunho.

    Parabéns e Obrigada pelo Blog...
    tem sido para mim um momento de reflexão
    Beijinhos

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